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Sublimação da prosperidade e conservação da monarquia em alvitre de Luís Mendes De Vasconcelos, 1608

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AutorMaria Leonor García Da Cruz
Cargo del AutorFaculdade de Letras da Universidade de Lisboa - Centro de História da Universidade de Lisboa
Páginas58-67
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CAPÍTULO 3
SUBLIMAÇÃO DA PROSPERIDADE
E CONSERVAÇÃO DA MONARQUIA EM ALVITRE
DE LUÍS MENDES DE VASCONCELOS, 1608
MARIA LEONOR GARCÍA DA CRUZ
Faculdade de Letras da Universidade de Lisboa
Centro de História da Universidade de Lisboa
1. VALORIZAÇÃO DE LISBOA COMO CAPITAL DO
IMPÉRIO
Vem a lume na cidade de Lisboa em 1608, impressa pela oficina de Luys
Estupiñan, a obra de Luís Mendes de Vasconcelos Do Sítio de Lisboa.
Diálogo. Nela o autor revela a sua formação sobre autores clássicos e
filósofos da Antiguidade, assim como a leitura de pensadores seus con-
temporâneos como Giovanni Botero (1540-1617), seja através da Razão
de Estado (1583), das Causas da Grandeza e Magnificência das Cida-
des (1589) ou das Relações Universais (1591).
No discurso de 1608 em diálogo entre um Político, um Soldado e um
Filósofo, Lisboa é amplamente valorizada pelos seus atributos naturais
para abrigar a residência do rei e da sua corte: desde a salubridade do
sítio, a capacidade de ser abastecida de tudo o necessário, a sua feição
inexpugnável, até dispor de condições para repouso e actividades lúdi-
cas, além de ser um activo porto marítimo internacional.23 Conclui-se
23 Tais características teriam sido salientadas também por Francisco de Monzón ao elogiar Lis-
boa em capítulo ampliado (em relação à edição prínceps de 1544) sobre a comparação com
Jerusalém, no seu Libro Primero del Espejo del Príncipe Christiano, de 1571 (Bouza Álvarez,
2000, p.178-180). Outros escritores valorizaram Lisboa, antes e depois de Luís Mendes de
Vasconcelos, seja Damião de Góis (Évora, 1554), Afonso Guerreiro (Lisboa, 1581), seja
Duarte Nunes de Leão (Lisboa, 1610), Fr. Nicolau de Oliveira (Lisboa, 1620), Manuel Severim
de Faria (Évora, 1624), ou Manuel de Faria y Sousa (Madrid, 1628), como salienta Díaz-To-
ledo (2016, 112-113). Sobre Severim de Faria vela-se López Millán (2011).

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