Construção de identidade individual e nacional nas nações latinoamericanas

AutorCharles da Silva Nocelli; Marcella da Costa Moreira de Paiva; Natalia Maria Ventura da Silva Alfaya
Páginas210-222
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CONSTRUÇÃO DE IDENTIDADE INDIVIDUAL E NACIONAL
NAS NAÇÕES LATINOAMERICANAS
CHARLES DA SILVA NOCELLI
Doutorando em Ciências Jurídicas e Sociais – UFF, Niterói
Doutorando em Filosofia UERJ, Rio de Janeiro
charlesnocelli@yahoo.com.br
MARCELLA DA COSTA MOREIRA DE PAIVA
Mestre em Justiça Administrativa – UFF, Niterói, Brasil
marcellacmpaiva@hotmal.com
NATALIA MARIA VENTURA DA SILVA ALFAYA
Doutora em Ciências Jurídicas e Sociais – UFF, Niterói
Professora da Faculdades Londrina, Londrina, Brasil
naty.alfaya@gmail.com
1. INTRODUÇÃO
As mudanças na vida dos indivíduos, com a modernização, após o final do feudalismo europeu
e, especialmente, após o começo do século XX, alteraram profundamente os mecanismos de
formação de identidades individuais e as formas de relações sociais.
A ampliação de oportunidades, de conhecimentos e de tecnologias, assim como o
direcionamento da vida para o aumento da produção, o acúmulo de capital e as necessidades cada
vez maiores de consumo, levou os indivíduos a construir suas identidades de formas distintas e a ver
os outros indivíduos também de novas maneiras. O aumento da competitividade e o enfraquecimento
dos Estados nação a partir da aceleração da globalização também influenciaram nestes processos.
Na América Latina, de forma geral, a modernidade foi iniciada em momento distinto, com a
colonização e a posterior independência. Todavia, resultou em um processo semelhante ao ocorrido
com a Europa.
Posteriormente, intensificou-se o processo de globalização, iniciado nas expansões marítimas,
promovendo alterações em diversos aspectos da formação social e seus demais elementos. Na
Europa, puderam ser verificadas de forma mais intensa com a formação da União Europeia e, com a
consequente ampliação na circulação de bens, pessoas e dinheiro.
Entretanto, embora enfraquecido se comparado ao início de sua existência, o Estado nacional
ainda tem o condão de criar, através de memórias e celebrações, uma identidade nacional que gera
nos indivíduos uma espécie de reconhecimento mútuo e igualitário, um sentimento de pertencimento
a um mesmo grupo nacional.
A intenção deste artigo é entender as relações e influências recíprocas entre todos estes
processos e verificar se, mesmo diante da grande tendência mundializante da globalização, os
indivíduos ainda são capazes de se reconhecer enquanto nacionais e se esse reconhecimento pode ser
fator positivo para a formação de relações equilibradas e não-instrumentais entre eles. Ou seja, se são
capazes de ver em cada indivíduo um fim em si mesmo, não apenas um meio a ser utilizado. O foco
do presente trabalho se refere a relação entre os temas supracitados, principalmente, no âmbito das
nações latinoamericanas multiculturais, nas quais essas questões se apresentam de forma peculiar. À
guisa de organização, o presente trabalho parte de uma análise bibliográfica para enfrentar o tema e
se divide em quatro partes. No primeiro tópico, debate-se a modernidade e suas influências na
identidade. Posteriormente, cuida-se da perspectiva nacional da identidade no Estado moderno e da

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