A transformação da violência: as novas relações permeadas pela tecnologia

AutorFernando Vechi - Eduardo Baldissera Carvalho Salles
Páginas213-220
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a transFormação da violência:
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fe r n a n d o ve c H i 2
ed u a r d o bal d i s s e r a ca r v a l H o sa l l e s 3
Resumo: A violência se modificou, não se trata apenas de uma violência dos crimes, do sangue e do
terrorismo (visível). Há uma nova forma de violência, invisível, psicológica e silenciosa. A tecnologia avança
juntamente com o capital e reconfigura novas maneiras de viver e de se comportar, de ser fitness, de ganhar
curtidas, de adquirir um pet, etc. Essas novas configurações em rede na era digital estão permeadas pela
implementação do mercado na subjetividade dos indivíduos e, a partir disso, a violência se reconfigurou. Assim,
cabe a pergunta-problema: como as relações permeadas pelos meios digitais produzem violência? A nova
violência da positividade é a violência rotineira e invisível, sistêmica, característica do neoliberalismo, onde o
indivíduo se coloca como agressor e vítima, produtora de problemas psicológicos. Não são poucos os exemplos
de pessoas que sucumbem frente a frenética busca de mais produção, mais engajamento, mais seguidores. Essa
violência psíquica é muito mais difícil de desvencilhar-se porque oculta-se nos meandros da sociedade e já
constitui hábitos contemporâneos. Checar freneticamente atualizações de amigos nas redes sociais, responder
aos memes mais engraçados ou ler um turbilhão de informações que as telas de nossos dispositivos eletrônicos
nos impõem são formas de aprisionamento em uma realidade ininterrupta. Em um loop sem fim, não há espaço
para descanso, violentando-se a sanidade mental. Conclui-se que essa relação com a tecnologia, combinada com
a lógica neoliberal que nos impõe um rito de produção ilimitado, constituem uma nova forma de expressão da
violência. Para tanto, trabalha-se com pesquisa interdisciplinar teórico bibliográfica.
Palavras-chave: Violência; Novas Tecnologias; Neoliberalismo
1 O presente trabalho foi realizado com apoio da Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de
Nível Superior - Brasil (CAPES) - Código de Financiamento 001
2 Doutorando em Ciências Criminais, Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul (PU-
CRS), Porto Alegre, Brasil. Professor da Universidade Estadual do Mato Grosso (UNEMAT), Brasil. fve-
chi@gmail.com.
3 Doutorando em Ciências Criminais, Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul (PU-
CRS), Porto Alegre, Brasil, em cotutela com a Universidad de Sevilla (US), Sevilla, España. eduardo@
carvalhosalles.com.br.

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