Trabalho escravo contemporâneo na indústria da moda: correntes invisíveis em um mundo nada fashion

AutorCarla Sendon Ameijeiras Veloso; Larissa Pimentel Gonçalves Villar; Vanesa Barcia Perez
Páginas86-98
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TRABALHO ESCRAVO CONTEMPORÂNEO NA INDÚSTRIA DA
MODA: CORRENTES INVISÍVEIS EM UM MUNDO NADA
FASHION
CARLA SENDON AMEIJEIRAS VELOSO
Doutoranda em Direito, Universidade Estácio de Sá, Brasil
carlaameijeiras@gmail.com
LARISSA PIMENTEL GONÇALVES VILLAR
Doutoranda em Direito, Universidade Veiga de Almeida, Brasil
larissavillar@yahoo.com.br
VANESA BARCIA PEREZ
Advogada, Universidade Veiga de Almeida, Brasil
vanesa.barcia@gmail.com
1. INTRODUÇÃO
O presente trabalho tratará sobre a exploração da mão de obra escrava na indústria da moda,
haja vista o número de pessoas encontradas em situação análoga a de escravo estar velozmente em
expansão na indústria de vestuário brasileira.
Existem inúmeros exemplos de pessoas que são resgatadas de situações degradantes no local
de trabalho. Diante disso, há um problema: qual a eficácia da legislação vigente e das políticas públicas
do Brasil no combate a essa exploração dos trabalhadores e qual a nossa responsabilidade social,
como consumidores, para prevenirmos a continuidade dessa prática extremamente abusiva?
A linha que difere a escravidão de antigamente da presente hoje é muito tênue, os escravos
contemporâneos têm sua mão de obra explorada a fim de gerar lucro para seus novos “senhores”,
mas em uma escala global.
O Brasil é o país da América Latina que tem os maiores índices de escravidão contemporânea,
cerca de 369 mil pessoas vivem essa situação, conforme a Fundação Walk Free, em seu relatório Índice
Global de Escravidão 2018.
Como este trabalho tem como objetivo aproximar-se da realidade para melhor analisá-la e,
subsequentemente, produzir transformações, a discussão sobre os impactos do uso de mão de obra
escrava no mundo reveste-se de importância para o meio acadêmico.
Os objetivos deste trabalho são, além de analisar a incidência de casos de exploração do
trabalho humano na indústria da moda, avaliar dados e denúncias acerca desse problema a fim de
conhecer quais são suas causas e buscar reflexões sobre como combatê-las, considerando os fatores
que desencadeiam ou predispõem as crescentes ocorrências de trabalhadores escravizados; avaliar a
realidade socioeconômica e o que acaba levando os trabalhadores a envolverem-se nessas situações;
assim como conhecer as principais causas e possíveis soluções para a sua erradicação.
Para a abordagem da pesquisa, considerando o problema proposto, será utilizado o método
indutivo. O método comparativo, por confrontar elementos levando em consideração seus atributos,
pois a comparação promove o exame simultâneo para que eventuais diferenças e semelhanças possam
ser constatadas e as devidas relações estabelecidas. E o método estatístico, por efetuar predições com
base nos dados coletados.
O trabalho será dividido em três capítulos, sendo o primeiro sobre a história do trabalho, o
segundo capítulo versa sobre a exploração do trabalho escravo na indústria na moda abarcando desde

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